
Diante de dezenas de representantes de órgãos governamentais e de entidades ligadas ao trânsito o presidente da Frente propôs que o Comitê discutisse nestes dois dias de reunião em Brasília formas de se acabar com o sentimento de impunidade nas vias e rodovias brasileiras que, segundo ele, faz com que veículos sejam conduzidos por pessoas alccolizadas e com documentações completamente irregulares. “Temos que abordar todos os anos um terço dos condutores porque somente a certeza de que não seremos abordados pela fiscalização gera essa situação”, alertou.
Autor do Projeto de Lei 5.525/2009, que cria o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, que fixa metas anuais de fiscalização, Beto provocou os participantes da reunião diante do plenário lotado: “Quantos dos senhores e das senhoras aqui presentes foram abordados em barreiras policiais até hoje?” O deputado enfatizou que em países como a França o sentimento entre os motoristas é justamente o oposto do Brasil. Lá as pessoas quando bebem e dirigem estão certas de que serão abordadas, multadas ou detidas. “Eu gostaria muito que esse comitê debatesse aqui essa questão da necessidade de se acabar com o sentimento de impunidade no trânsito. Ainda precisamos melhorar muito, principalmente nos municípios onde infelizmente ainda há muita omissão”, lembrou o parlamentar. E completou: “A Lei Seca é maravilhosa, mas sem fiscalização de nada adianta”, lamentou o presidente da Frente do Trânsito afirmando que é preciso parar de “coitadismo” no trânsito brasileiro para partirmos para uma fiscalização mais eficaz.
O Comitê Nacional de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito seguirá reunido durante toda a quarta-feira (28) analisando as conclusões dos grupos de trabalho. Comandada pelo diretor-presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres, a reunião do Comitê tem o objetivo de definir um plano de redução de acidentes e de segurança viária para o período de 2011 a 2020.