quinta-feira, 6 de maio de 2010

Beto sugere criação do Ministério do Trânsito e da Cidadania

Ao participar nesta quarta-feira (05), em Brasília, do I Seminário de Segurança no Trânsito Brasileiro, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS) fez uma sugestão: um problema tão sério como esse mereceria a criação de um Ministério do Trânsito e da Cidadania. “Não é possível mais que tenhamos que depender de migalhas de recursos, como ocorre com o Denatran, para poder colocar em prática ações de controle. É urgente uma estrutura com recursos e autonomia e isso somente um ministério seria a solução”, afirmou.

A proposta apresentada pelo deputado gaúcho, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, ocorreu durante sua fala no painel Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, que lotou o Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados durante todo o dia. Projeto de lei de sua autoria, que leva o mesmo nome (PL 5.525/2009), foi detalhado aos participantes reunidos durante todo o dia na busca de caminhos viáveis para diminuir o número de vítimas nas estradas e vias urbanas do Brasil.

“Enquanto estamos aqui reunidos neste seminário, 100 brasileiros estão morrendo no trânsito. É por esses motivos que este é um tema que não pode ser tratado como assunto colateral. Nem as grandes guerras matam tanta gente por dia”, comparou. O parlamentar explicou que foi por esse motivo que protocolou o projeto de lei que cria um Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, com a estipulação de metas de fiscalização nas estradas e vias urbanas.

Beto lembrou que estudos apontam para um grave problema. Enquanto a maioria das pessoas preocupa-se com as estradas, está comprovado que 70% dos mortos e feridos no trânsito estão dentro das cidades, logo, segundo ele, é preciso instituir uma política urgente de fiscalização dentro das áreas urbanas.

Seu projeto, explica Beto, está sintonizado com o mundo já que a Europa, por exemplo, já está 10 anos na nossa frente nessa luta contra a carnificina no trânsito brasileiro. “Estamos 10 anos atrasados, mas ainda é tempo”, afirma. “Temos no Brasil a melhor lei de trânsito do mundo, mas também é aqui que há a maior sensação de impunidade. Tenho 47 anos e nunca fui abordado numa blitz”, garante.

Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) apontam que 30% dos condutores dirigem seus veículos totalmente irregulares, inclusive sem documentos, justamente por saberem que dificilmente serão abordados pela fiscalização. Beto detalhou cada ponto de seu projeto que tramita na Câmara e informou ainda ao participantes as ações que vem desenvolvendo como membro do Parlamento do Mercosul, onde preside a Comissão de Infraestrutura. “Trabalhamos para unificar as legislações de trânsito nos países do bloco, isso facilitará a condução de veículos entre esses países e diminuirá o percentual de multas aplicadas aos motoristas quando passam a fronteira justamente pela diferença de legislações”, ponderou.

Ao defender a aprovação do PL 5.525/2009, o deputado socialista foi bastante aplaudido. “Precisamos ter metas. Precisamos saber quantas vidas queremos salvar a cada ano? Para isso 30% da frota de veículos dos municípios e Estados precisa ser fiscalizada a cada ano e uma garantia da divulgação ampla das ações implementadas pelos governos deve dada”, sugeriu. Outra ação importante, definida pelo deputado Beto, é que todos os administradores que promovam uma fiscalização maior no trânsito sejam publicamente reconhecidos.

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